Minha decepção, era chegar da escola, faminta, sonhando com aquele pãozinho frito na chapa de ferro do fogão à lenha, e ver o pote de margarida vazio.
Ah! Lá se ia meu fim de tarde tão esperado. Alguns pães fritos, café e o desenho do Pica-pau detonando na T.V em preto e branco. É, naquela época em que as listras não paravam de passar.
Mas, a decepção durava pouco, porque eu recorria ao caldeirão de leite, que ficava com uma grossa camada de nata . Recolhia com uma colher cada pedacinho da nata, colocava uma pitadinha de sal, mexia bem e "voilà" ! Estava pronto o recheio do meu pão! Que delícia era!
Vida boa sem mi mi mi, a gente se virava como podia!
No outro dia os potes de margarina estariam cheios novamente, nossa mãe, providenciaria a compra de quilos de margarina à granel, comprada por mim mesma, no "Pegue e pague " do Zé Pieve.
Viver é recordar, lembrei desse fato, porquê estou aqui raspando uns potes de margarina, que ficam com restinhos, na geladeira.
Raspo tudo e agradeço a Deus por não me faltar o pão, os potes de margarina e as melhores recordações da minha vida!
Sempre com a saudade de minha mãe, pai e irmãos.
* raav 20/12/ 2021
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